.....................

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Uma pequena fuga...

Lições



Ali estava, depois de um mês de férias, de volta aos sofás da Casa de Cultura. Bom, não era exatamente a primeira vez após o retorno, pois não havia resistido e dois dias após chegar em Porto já tinha ido até lá. Afinal, são os melhores sofás do mundo. O pessoal da Casa já está avisado: se um dia venderem os sofás, estarei ali para comprar!

Um pouco rasgados, mas muito confortáveis, muito já dormi neles quando precisava esperar o tempo passar, muitos livros li e vi muitas gurias bonitas também. Como nesta sexta, quando a vi sentada numa das mesas do café, conversando com uma amiga, suponho, pelos tantos sorrisos que me permitiu ver durante o tempo que fiquei ali.

Entre um riso e outro, aconteceu o momento em que nossos olhares se cruzaram. Na verdade, o dela encontrou o meu, que, analista, já a fixava há um bom tempo. Já havia registrado o belo contraste entre os claros olhos azuis e os longos cabelos escuros, luz e trevas, dia e noite em pouco espaço. Também percebera que provavelmente eu era um pouco mais novo, ou seja, tantas lições para aprender...

Mas este cruzamento é rápido. Entretanto marca e, por isso, permite a provocação, o jogo. Sobre isso conversei com uma amiga do curso nas férias, em um dos passeios que fizemos. É algo que me agrada muito. Não tem como descrever um momento tão inconsciente. O choque entre as íris e poder ver um pequeno enrubescer da pele dela e o tímido e tão lindo sorriso de quem se entrega. Está aberto o caminho para a aproximação sutil, cativante, brincando com as palavras, fazendo sorrir, buscando surpreender, mostrando que ela tem diante de si tudo o que precisa e mais um pouco, e que não se trata de mais um palhaço metido a conquistador.



E na sexta meus olhos, que, sei lá porque, variam de cor, estavam extremamente verdes, diferentes do normal castanho. Eu nada mais fiz que me aproveitar disto. Até o momento de partir, pois a hora de trabalhar se aproximava. Deixei o sofá e, antes de dobrar a primeira esquina, ainda me sentia perseguido, enquanto me perguntava se alguma vez terei, novamente, a possibilidade de jogar com aquela desconhecida.

Um comentário:

Anônimo disse...

E então o blog não está de todo morto. Belo texto. Quantas vezes eu já não passei por situações parecidas, ehehhee. Abraços!