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sábado, março 03, 2007

PIB – Política Indigente Brasileira

Foi notícia esta semana. O IBGE divulgou o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2006. O resultado, um crescimento de 2,9%, foi o segundo pior da América Latina, superando apenas o Haiti.

O PIB, segundo Peter Kennedy em "Economia e Contexto" (bom livro pra quem gosta de jornalismo econômico), "é o valor monetário de todos os bens e serviços produzidos em um país, em dado período de tempo." Assim, e me corrijam os economistas se a lógica não for essa, se em 2005 o país produziu R$ 1, em 2006 avançamos para R$ 1,029. A China, novamente campeã em crescimento, atingiu 10,7%.

E vale lembrar que o Haiti, último colocado, está neste momento invadido e tomado pelo Brasil. Se nossas tropas invasoras não estivessem lá, o país não teria um crescimento maior? Não bastasse obter um avanço pífio aqui dentro, ainda estamos atrapalhando outros países!

Esse caso do Haiti é sério. Há uns dois anos escrevi em um antigo blog meu apoio à política externa brasileira, principalmente o trabalho do Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Mas hoje vejo certas atitudes que me preocupam. Assim como cobramos dos Estados Unidos a retirada de suas tropas do Iraque (e preparem-se: Bush chega essa semana), deveríamos tirar os nossos soldados do país caribenho. O único ponto de entendimento entre as correntes rivais haitianas é ser contra a dominação brasileira. O Haiti é o Iraque do Brasil.

Além disso, o país estava assumindo um papel de liderança no cenário internacional. Comandava o Mercosul e tinha a dianteira de grupos de países emergentes nas reuniões da Organização Mundial do Comércio. De repente, começou a ceder a exigências de países como Bolívia e Venezuela e, em caso mais recente, do Uruguai, onde Lula esteve no início da semana. Negociar é chegar a um determinador comum e que agrade às partes envolvidas. Não é o que estamos fazendo.

Todo o trabalho da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil), que abriu novos mercados aos exportadores, pode sucumbir diante da insistência em tratados com países que não cumprirão sua palavra. Todo mundo sabe disso, mas aplaude quando o boliviano vem ao Brasil abrindo as portas de seu país a novos investimentos para, quando tudo estiver funcionando, invadir com o exército e dizer que agora ele é o dono.

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