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sexta-feira, dezembro 12, 2008

Dia de Gardel, dia do Tango

Sou filho de Buenos Aires
de apelido “O Portenhozinho”
o crioulo mais bonitinho
que nessa terra nasceu


Estes são os primeiros versos de “El Porteñito”, música de 1903 de Angel Gregorio Villoldo, uma das letras de tango mais antigas que se tem registro.

No dia 11 de dezembro, se comemora o Dia Internacional do Tango. A data marca o nascimento de Carlos Gardel, em 1890. Se foi na França, na Argentina, no Uruguai ou no Brasil que ele nasceu, ainda se discute muito. Mas não tem debate sobre o fato de Gardel ser o principal responsável pela popularização do tango. Ou melhor, pela difusão do tango além das fronteiras argentinas, visto que ali o ritmo já nasceu popular, nos arrabaldes, em milongas como as de Belgrano e Avellaneda.


Até em Porto Alegre a data foi lembrada. Uma apresentação gratuita na Casa de Cultura Mario Quintana (foto aí de cima) teve a participação de quatro bailarinos e uma cantora, fazendo um bonito, mas muito curto, show.

Fica aí um vídeo da apresentação de hoje. E uma dica: esqueça o resto do corpo dos bailarinos e fixe o olhar no entrelaçar de pernas que eles fazem.



Ponto final

Um ponto final mais longo hoje. Mas é para registrar a letra de um dos tangos que mais gosto, Uno, de 1943, com letra de Enrique Santos Discépolo e música de Mariano Mores. Tinha um MP3 identificado como se a interpretação fosse do Gardel, mas descobri que, na verdade, quem cantava era Hugo del Carril. E eu tenho quase certeza de ter escutado uma tradução em português num programa de rádio AM na madrugada.

Alguém busca cheio de esperança / o caminho que os sonhos / prometeram às suas ânsias

Sabe que a luta é cruel e é muita / mas luta e sangra / pela fé que o obstina

Alguém vai se arrastando entre espinhos / e em seu afã de dar seu amor / sofre e se destrói até entender / que alguém ficou sem coração

Preço do castigo que alguém entrega / por um beijo que não chega / ou um amor que o enganou
vazio de amar e de chorar / tanta traição...

Se eu tivesse um coração / o coração que dei / se eu pudesse, como ontem, /querer sem pressentir

É possível que a teus olhos, / que hoje me gritam teu carinho, / fecharia com meus beijos / sem pensar que eram como esses / outros olhos, os perversos, / que afundaram meu viver

Se eu tivesse o coração / o mesmo que perdi / esqueceria aquela que ontem / o destroçou e poderia te amar / me abraçaria a tua ilusão / para chorar teu amor

Mas Deus te trouxe ao meu destino / sem pensar que já era muito tarde / e eu não saberei como te querer

Deixe-me que chore como aquele / que sofre em vida a tortura / de chorar sua própria morte

Pura como você é teria salvado / minha esperança com teu amor / Alguém está tão sozinho em sua dor / Alguém está tão cego em seu penar

Mas um frio cruel, que é pior que o ódio, / ponto morto das almas / tumba horrível do meu amor / amaldiçoou para sempre e roubou para si / toda ilusão...

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