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segunda-feira, dezembro 01, 2008

O bichinho da alface

Caprichei na hora de preparar o sanduíche. Maionese, presunto, queijo, umas fatias de tomate e folhas de uma alface comprada no Zaffari da Marechal. Quando dei a primeira mordida caiu aquele bichinho verde da tal folha e ficou zanzando sobre o prato.

Dei um pedaço da verdura pra ele ir se criando enquanto eu comia o resto do meu sanduba. Terminei e o bicho ainda tava lá entertido com a folha, mas tive que mandá-lo pelo ralo.

No outro dia, tirei folha por folha da alface e limpei uma por uma, encontrando toda a família do bicho da noite anterior. Inclusive todos tiveram o mesmo destino e, espero, puderam se reencontrar num destes esgotos da vida.

Nisso senti uma coceira na nuca. Apenas esfreguei com a unha de leve e senti algo estranho passando pela corrente sanguínea, mas segui no meu empenho.

Havia algo esquisito. Olhei para os meus pés e senti que estava esverdeando. Era como a transformação do Hulk, só que fiquei sem força. Aquele verde foi tomando conta de todo meu corpo e já não sentia mais meus ossos, que se transformaram em algo gelatinoso, de forma que cai no chão. Não conseguia mais ficar em pé, só rastejava, deixando um rastro gosmento pelo caminho. Comecei a sentir uma vontade indescritível de atacar uma folha de alface. Nunca tinha achado uma salada tão saborosa.

Minha visão estava distorcida. Só podia ser essa a explicação para o que vi enquanto rastejava sobre o espelho. Parecia um lagarto. Subi pela parede e fiquei pendurado no teto, apavorado com a situação.

Decidi descer e pedir ajuda, mas nisso ouvi a porta do apartamento abrir. Pude reconhecer que era a Tassi, mas não entendi porque ela gritava. Só sei que ela pegou o tamanco na mão e veio com tudo contra mim. Tentei gritar para impedir. Mas ela se assustou com o ruído e bateu com força, causando só um estouro... PÁ!

Dava um roteiro pra Hollywood, não? ahahahahahah

É impressionante como a água dá idéias. Pode ser no banho, lavando louça, roupa ou até folhas de alface.

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