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quinta-feira, março 05, 2009

Pelos ares

Talvez seja pelo fato de não viajar há um bom tempo, mas bateu uma saudade e essa última semana andei lendo bastante sobre aviação comercial. Encontrei dois bons sites sobre o tema.

Um é brasileiro, o Jetsite, com atualidade e seções como Nostalgia (na qual li sobre o belo Lockheed Constellation) e Blackbox (com relatos das caixas-pretas resgatadas de desastres aéreos). Além disso vende um livro com fotos das aeronaves utilizadas pela Varig (o qual paguei há duas semanas e tô aqui esperando).


O “Connie” da Panair do Brasil


Outro é estrangeiro, o Airliners, com um banco de imagens com 1.395.663 registros. Só do Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, são 2.408 fotos relacionadas. Entre elas, a da aterrissagem de emergência do Hawker Siddeley HS-748 da Varig, com problemas no trem de pouso dianteiro; ou o Boeing 727 da Cruzeiro que empinou por causa do peso dos motores (foto abaixo); do acidente da mesma companhia, em 1982, com um Airbus 300, que só parou na vala no fim da pista, por problemas no reverso (exatamente o mesmo problema com outro Airbus, o da TAM, em julho de 2007 em Congonhas). E, também, da época que, apesar do aeroporto ser menor que o atual, os gigantes ainda pousavam por aqui, como o Boeing 747-200 da Varig. Enfim, tem imagens para passar horas na frente do computador (para quem gosta do assunto, claro).


Segura o bicho, tchê!


Depois de tantas leituras, vieram à memória algumas histórias passadas nestas máquinas voadoras, ou fora delas. O primeiro voo, por exemplo, em 2003, para São Paulo, à trabalho, acompanhado da chefe e da Sarah, na época que éramos colegas de estágio.

Qualquer um nessa situação tem certas expectativas. Ainda mais quando você tem problemas com altura, que era meu caso. Tá, ainda é, antes que a Tassi venha desmentir aqui e contar que eu não chego perto de para-peito em 2º andar de shopping.

Voltando ao avião. Era um Airbus da Gol. Fui de janelinha. A mão suava. Qualquer barulhinho e eu já olhava pro lado. Se o pessoal continuasse calmo, ficava tranquilo. Me impressionou o fato de minha chefe seguir trabalhando tranquilamente, enquanto eu não conseguia abrir a barrinha de cereal.

Pior é quando se chega em Congonhas pela primeira vez. Você não sabe se a proximidade dos edifícios é normal ou se o avião vai dar de frente numa torre daquelas. Dava pra ver perfeitamente os detalhes de uma mulher fazendo topless numa cobertura (não foi o caso, mas daria).

Do nada, somem os prédios e aparece a pista. Quando encostou o trem de pouso traseiro, pensei “Bah, o pouso é suave”. Mal terminei o pensamento, a roda dianteira encontrou a pista e o freio foi ativado. Aí sim, leva um soco e tudo chacoalha.

A volta foi mais tranquila, apesar da primeira turbulência. Mas quando o comandante disse que estávamos a mais de 800km/h, voando a uma altura de 36.000 pés, o equivalente a mais de 10 mil metros, olhei pela janela. “Putz, tô a dez quilômetros do chão. Se acontecer algo, não tem nada pra fazer”. A partir de então, nunca mais tive problemas de sustos em avião.

Tem outras situações, como o dia que descobri, numa das últimas viagens, qual parte da poltrona era flutuante. Mas deixo para próximos posts.

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