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segunda-feira, fevereiro 02, 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button

(EUA, 2008. Direção de David Fincher)

Há um bom tempo eu não ia ver um filme no final de semana de estreia. Mas quando li sobre "O Curioso Caso de Benjamin Button" deu vontade de ir ver essa história tão inusitada, de um homem que nasce velho e vive sua vida ao revés. Finalmente algo diferente entre os blockbusters. E há duas semanas lá estávamos minha namorada e eu numa gigantesca fila (dessa parte eu não lembrava, de tão acostumado a ir ver filmes que estavam saindo de cartaz).

A história é baseada no conto de mesmo título escrito por F. Scott Fitzgerald (que você pode ler, em inglês, clicando aqui). Antes de ir para a sala de cinema consegui ler apenas um capítulo do conto, e por isso o início do filme me decepcionou um pouco, por ser muito diferente do original. Se tivesse lido toda a história, veria que o filme, fora os nomes dos personagens e da obra, não tem nada a ver mesmo.


A começar pelo tempo no qual a história começa. Na leitura, estamos em 1860. No filme, 1918. O pai de Benjamin não o entrega em uma casa para idosos no conto. Ainda que a contra-gosto, convive com o filho. Benjamin se casa com uma moça da sociedade de Baltimore (não Nova Orleans), tem um filho (não uma filha), luta na Guerra Hispano-Americana (não na Segunda Guerra Mundial), entre outras diferenças.

Mas um filme não precisa ser a reprodução fiel da sua origem. Neste caso, cada obra tem pontos de destaque.

Da leitura, gostei muito do fato de Benjamin já nascer grande e falando. Encontramos um personagem sarcástico, a ver pelas suas primeiras palavras, bem diferentes de um "gugu-dadá":

"Olha só", disse o velho, enrolado num cobertor, "se você acha que vou pra casa com isso, está completamente enganado."
"Mas bebês sempre usam cobertores."
"Bem, esse bebê vai estar sem nada em dois minutos. Esse cobertor dá coceira. Se tivessem me dado um lençol."
"Não tira isso, não tira", disse o sr. Button, pai, rapidamente.


O filme, por sua vez, tem uma cena que já vale todo o ingresso, e que não fazia parte do conto original. A sequencia que fala sobre coincidências (lembrando o início de outro file, Magnólia) é marcante, faz relembrar tantos fatos que acontecem na nossa vida por um semafóro fechado, um atraso para pegar um avião, entre outras situações que somos salvos ou envolvidos em algo que, se qualquer coisa no meio do caminho tivesse acontecido diferente, nossa vida poderia ter mudado o rumo.

O que me causava mais dúvida era como terminariam um filme assim. Um ótimo argumento, mas que, justamente por isso, poderia cair numa grande bobagem se não fosse acacbado direito. Mas a solução, tanto da tela quanto das letras, é um gran finale. Fora o Brad Pitt, o filme é sensacional. Tá, há de se admitir que o cara atuou bem, e que as indicações ao Oscar foram merecidas. Uma daquelas histórias que qualquer um gostaria de ter escrito antes.

Ponto final

Nossos Correios não terminam de me surpreender. Apenas sexta, dia 30, fui receber o cartão de Natal que uns amigos italianos postaram no dia 28 de novembro! Chegou ao Brasil no dia 5 de dezembro, mas havia um carimbo no envelope marcado no item "Número inexistente". Essa marcação estava riscada com uma caneta vermelha e escrito "Está correto" do lado. Só depois desse bate-boca interno, e da carta quase ter voltado para origem, o cartão chegou.

Crédito da foto: © Paramount Pictures, Warner Bros. Pictures, Kennedy/The Marshall Company

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