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sexta-feira, março 20, 2009

A maldição dos SUVs

Crises geralmente não são vistas como algo bom. Mas a atual situação econômica trouxe, a meu ver, um benefício que será sentido no longo prazo: o investimento em veículos de menor porte, mais econômicos e com combustíveis alternativos. Uma resposta aos SUVs (sport utility vehicle, ou veículo utilitário esportivo), essas gigantes caminhonetes bebedoras de gasolina que geralmente vemos nas ruas com absurdamente apenas uma pessoa dentro. Como exemplo, dá pra citar a Land Rover, GM Captiva, Ford Ecosport e o novo Edge, Mitsubishi Pajero, BMW X5 e por aí vai.

Há muito tempo vinha pensando em escrever sobre o inferno que essas caminhonetes representavam e como era ruim a idolatria feita a elas pela imprensa especializada e nos principais salões de automóvel do mundo. E hoje, ouvindo o comentário do Renato Rossi na Rádio Guaíba, me dei conta que é um carro tão maldito que acabou por se destruir.

Explico. Os SUVs tiveram seu auge nos EUA quando o preço do combustível era igual à nada. Mas o aumento no valor do barril do petróleo elevou esse custo no orçamento dos americanos. As grandes montadoras do país, como GM, Ford e Chrysler, que baseavam suas vendas nesses produtos, quase faliram tamanha a queda na procura. Infelizmente, aqui no Brasil, a moda das SUVs está numa fase inicial. Tanto que os lançamentos da Captiva e Edge por GM e Ford, respectivamente, são uma tentativa de liberar o estoque encalhado nos EUA. ("Manda pro quintal que eles compram.")

E agora, nos grandes eventos do setor desde o último semestre do ano passado (Frankfurt, Genebra e até Detroit) os veículos menores foram destaque, como o Fiat 500 (e suas diversas variações, em parcerias que podem ser conferidas no site da marca), o Smart, o Toyota IQ e o Tata Nano. A Chrysler até buscou uma parceria com a Fiat para que os italianos ensinassem aos americanos como fazer carros de porte médio!

O Toyota IQ, modelo que começará a ser vendido na Europa conforme anúncio do dia 18/3

Já era hora dessa mudança no mercado. Afinal, as famílias estão diminuindo cada vez mais, é maior o número de pessoas solteiras e o trânsito está impossível de tantos congestionamentos. Logo, não há necessidade de carros maiores ou mais rápidos se você vai ter que ficar parado atrás de um velho e bom Fusca.

A nova versão do Fiat Cinquecento e a de 1965, chamada de Topolino (nome em italiano do Mickey)


Ponto final

Essa minha opinião é baseada na paixão que tenho por carros pequenos. Acredito que o principal no carro é ter um motor e me levar pra onde preciso ir. Há 12 anos meus pais compraram um Dahaitsu Cuore, uma belezinha que pode não ser muito confortável (e me deixou na mão no dia da minha formatura, como o Piero e o Thiago adoram lembrar), mas compensa pelo consumo de até 22km/l na estrada. Na Itália, é incrível a quantidade de Smart rodando, um carro extremamente funcional e que seria minha opção aqui se tivesse um custo menor no Brasil. Mas se nesse momento estivesse buscando carro, certamente compraria um Renault Clio (abaixo).

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