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domingo, abril 08, 2007

Fórmula 1 2007 - GP da Malásia
Don Quijote de las Asturias
Alonso ganha na Malásia seu primeiro GP no ano e toma a liderança na Fórmula 1

Antes do início do GP da Malásia, o segundo desta temporada da Fórmula 1, Fernando Alonso (McLaren) pensava ter diante de si concorrentes que eram gigantes. Mas a tranqüila vitória deste domingo no circuito de Sepang mostrou que eles eram apenas moinhos de vento. O bicampeão assumiu a ponta na largada, deixando para trás Felipe Massa (Ferrari), e ali continuou até a bandeirada final, sem ser incomodado (a não ser pelo retardatário Vitantonio Liuzzi, da Toro Rosso, que demorou a abrir caminho, recebendo um “carinhoso” gesto do espanhol).

Além da vitória, Alonso confirmou ter ao seu lado um fiel escudeiro, Lewis “Sancho Panza” Hamilton. O piloto inglês, em sua segunda corrida, mostrou arrojo na largada e pulou da 4ª para a 2ª colocação (sua posição no final da prova), deixando para trás as duas Ferraris e protegendo a fuga do companheiro de equipe. Virando voltas mais lentas, segurou os pilotos da Scuderia italiana e permitiu ao colega Alonso abrir uma grande vantagem em pouco tempo. Ao final da prova, a comemoração entre os dois foi uma prova de um bom relacionamento, dando à equipe uma dupla para muitos anos (enquanto Hamilton não se importar por ser o segundo piloto).

Para não perder contato, Massa iniciou uma perseguição ao jovem estreante. Então se viu uma disputa como há muito tempo não ocorria na competição. Na terceira volta, o piloto da Ferrari conseguiu fazer a ultrapassagem em uma curva, mas imediatamente Hamilton recuperou seu lugar. Duas voltas depois, no mesmo local, a mesma manobra, mas desta vez o brasileiro retardou demais a freada e foi parar na grama, voltando para a pista na quinta colocação, posição que manteria até o final da prova, atrás de Nick Heidfeld (BMW-Sauber). A tentativa de Massa foi ousada e válida, pois demonstra a vontade de partir para cima sem medo. Entretanto, sua inexperiência de piloto ainda em formação (apesar de tantas temporadas) o atrapalhou.

O finlandês Kimi Raikkonen, companheiro do brasileiro, herdou a terceira colocação. Em sua corrida, não ameaçou em nenhum momento a dianteira das “Flechas de Prata”, contentando-se em ocupar o último posto do pódio. Para Raikkonen, o resultado mais importante foi abrir nove pontos de Felipe na classificação, importante na disputa ainda indefinida de qual dos dois terá a prioridade da Ferrari nesta temporada.

Com a vitória, Alonso assumiu a primeira colocação no campeonato de pilotos, com 18 pontos, deixando para trás o finlandês, com 16. Hamilton vem dois pontos atrás, com 14, e Heidfeld é a surpresa, no quarto posto, com 10 pontos, graças às quartas colocações obtidas com sua BMW nas duas provas do início desta temporada. A próxima etapa do campeonato de Fórmula 1 acontece já no próximo domingo, com o GP do Bahrein.

Uma corrida tranqüila. Rubinho fez o possível.

Apesar do calor, foi uma prova tranqüila, sem nenhum acidente grave, apenas a saída de Adrian Sutil (Spyker) na primeira volta, com problemas na suspensão após um toque em Jenson Button (Honda). Além dele, não completaram a prova seu companheiro de Spyker, Christijan Albers (quebra de motor), David Couthlard (problemas de freio na RBR), e Nico Rosberg (Williams, falha no motor).

Rubens Barrichelo, que largou dos boxes, conseguiu terminar na 11ª colocação. O importante para ele foi ter ficado á frente do companheiro de equipe, Button, uma vez que este é o único desafio que a sua Honda lhe permite. Os primeiros lugares se tornam cada vez mais um sonho distante para o brasileiro. O caso do inglês é preocupante. Ele precisa se livrar logo da equipe para não comprometer tão jovem e promissora carreira.

A McLaren está de volta

A McLaren conseguiu sua primeira vitória em grandes prêmios desde a etapa do Brasil, em 2005. A segunda dobradinha da equipe neste ano, desta vez no topo, permitiu a equipe inglesa se distanciar no ranking de construtores, com 32 pontos, contra 23 da Ferrari.

A equipe passou 2006 sem uma vitória sequer, provavelmente conseqüência das indefinições que enfrentava. Por exemplo, desde antes do início da temporada passada, já sabia que contaria com Alonso para 2007, desmotivando seus pilotos. Além disso, aconteceu a traumática saída de Juan Pablo Montoya no meio da competição. É possível, também, que a McLaren tenha feito a escolha de perder um ano para arrumar a casa e receber o bicampeão mundial com tudo em ordem, para permití-lo a busca pelo terceiro título já na sua primeira temporada com o team. Esta decisão se mostra certa pelos ótimos resultados obtidos.

Ponto final
Já era para eu ter feito este comentário na primeira etapa, na Austrália, mas estava sem computador. Tinha até título: “Rampou o cavalinho”.

Por que escrever sobre Fórmula 1? Há um ano e meio li “Grand Prix People”, livro de Gerald Donaldson que achei num sebo. Por meio de entrevistas com as pessoas envolvidas no circo, dos pilotos aos funcionários das equipes, passando pelos chefes e jornalistas, ele descreve o cenário da categoria na temporada de 1990. A partir dali renasceu o interesse pela competição, no ano em que a hegemonia de Michael Schumacher começou a ser quebrada.

Este ano estou bastante entusiasmado com a temporada que se inicia. Apesar da concentração novamente em duas equipes, McLaren e Ferrari, é interessante ver o surgimento de novos pilotos e de outros que ganharam oportunidades em grandes equipes. Além de Alonso, acredito muito nos nomes de Hamilton, Massa, e o polonês Robert Kubica (BMW), que ontem não foi bem. Outro que deve incomodar também é o finlandês Heikki Kovalainen, assim que ele conseguir se adaptar à Renault. Com toda essa trupe disputando, vai valer a pena acordar domingo de manhã cedo.

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