Parcialidade Total, por Eduardo Leonardi

Fórmula 1 2007 - Grande Prêmio dos Estados Unidos - Indianápolis - 17/06/2007
A 1000 ton!
Lewis Hamilton consegue sua segunda vitória consecutiva e dispara na liderança na F1

Sim, Lewis Hamilton largou novamente na pole neste no domingo, no GP dos Estados Unidos de Fórmula 1. E sim, ele ganhou mais uma vez, de ponta-a-ponta. Em Indianápolis, deixou para trás seu colega de McLaren, o bicampeão Fernando Alonso, e as Ferraris de Felipe Massa e Kimi Raikkonen, que nem chegaram a incomodar. Ao contrário do GP do final de semana anterior, no Canadá, desta vez a vitória foi mais difícil. Hamilton teve que lidar com a pressão de Alonso, mas fez uma prova sem falhas. “Está melhorando mais e mais. Tive uma semana incrível. Deu tudo certo, a largada, as paradas e a estratégia. Estive sob pressão do Alonso durante todo o tempo e ambos andamos o máximo possível”, afirma.

O espanhol, por sua vez, repetiu os erros cometidos nas tentativas de superar o companheiro de equipe nos treinos e no último GP. Quando estava a cerca de meio segundo de diferença do inglês, Alonso errou a freada numa das curvas da parte mista do circuito e precisou corrigir o traçado, perdendo dois segundos com essa manobra. “A corrida foi decidida na primeira curva, não consegui passar. Tudo que podia fazer era andar o mais próximo possível de Lewis. A disputa foi limpa e justa, foi uma boa corrida”, comentou.

PRESSÃO TAMBÉM PARA MASSA E A FERRARI

O jovem piloto inglês consegue seu sétimo pódio em sete corridas e, com isso, dispara na liderança do campeonato de pilotos, com 58 pontos. São dez à frente de Alonso e 19 de distância de Massa, que está no terceiro lugar.

Assim como Hamilton, o brasileiro também sofreu nas últimas voltas com a disputa com o parceiro de equipe. “No final da corrida, Kimi chegou muito perto e me preocupei pois tinha pneus duros e ele, macios. Mas não cometi nenhum erro e consegui chegar na frente”, apontou. Para ele, a Ferrari precisa trabalhar bastante para recuperar o espaço perdido nos três últimos GPs. “Não podemos ficar satisfeitos com o terceiro lugar. Fiz o meu melhor e estou feliz pelo pódio. Mas precisamos melhorar o carro de forma a andar mais.”

UMA LARGADA ACIDENTADA E UM RECORDE PARA OUTRO JOVEM PILOTO

Hamilton não é o único a quebrar marcas históricas este ano. Sebastian Vettel, que substituiu na BMW nesse final de semana o acidentado Robert Kubica, chegou na oitava colocação e somou seu primeiro ponto logo na sua estréia. Com isso, aos 19 anos, se torna o mais jovem piloto a pontuar na F1. “Foi fantástico, me diverti bastante, mas a corrida foi mais longa do que poderia imaginar. Acho que tive bastante sorte em sair com um ponto depois de uma primeira curva tão complicada”, disse.

Vettel se refere a um grande acidente na largada da prova, conseqüência da fechada curva logo no final da veloz reta do circuito norte-americano. Embolados, o choque foi inevitável. Ralf Schumacher bateu em Rubens Barrichello, David Culthard também acabou prejudicado, e os três saíram antes da primeira volta. Também não chegaram ao final Takuma Sato (saiu da pista na volta 13 e se atolou na brita), Nick Heidfeld (volta 59, acabou saindo por questões hidráulicas do carro e do câmbio), Vitantonio Liuzzi (volta 68, problemas hidráulicos o levaram a recolher direto aos boxes) e, na mesma volta, Nico Rosberg, que estourou o motor da sua Williams (e a cabeça) quando estava próximo a somar mais 3 pontos para a equipe.

A Fórmula 1 agora volta para sete etapas na Europa. A começar pela França, no dia 1º de julho.

Ponto final

Mais uma dobradinha da McLaren, mas o clima não é dos mais amistosos na equipe. Chamar Hamilton e Alonso de parceiros é força de expressão. Primeiro surgiram críticas do inglês em Mônaco. Agora, durante a última semana, foi a vez de Alonso reclamar. Apesar da entrada unida no pódio hoje, as coisas não andam bem nos trailers da equipe prateada, que precisa tomar cuidado, pois este clima é a única coisa que pode atrapalhar uma caminhada tranqüila rumo ao título deste ano.