Parcialidade Total, por Eduardo Leonardi

Fórmula 1 2007 - Grande Prêmio da Inglaterra – Silverstone - 08/07/2007
Os boxes e Raikkonen estragam a festa inglesa
Novamente as paradas nos boxes foram decisivas para a vitória do finlandês. Felipe Massa foi outro destaque da prova, por sua recuperação.

Se na Fórmula 1, assim como no futebol, imagens são usadas para motivar os jogadores, provavelmente as telas da Ferrari exibiram desde sábado a cena das comemorações de Lewis Hamilton e seus mecânicos após a conquista da pole pelo inglês. O finlandês Kimi Raikkonen foi disposto a atrapalhar a festa preparada no país pela possibilidade de vitória de um piloto local. E conseguiu, vencendo o GP da Inglaterra em Silverstone nesse domingo.

Sua terceira vitória no ano veio, assim como no GP da França, graças à tática de paradas estabelecida pela Ferrari. Até o segundo pit stop, estava atrás de Fernando Alonso. O espanhol havia feito um primeira parada curta, logo pararia antes, agora por mais tempo, abrindo espaço para o finlandês virar voltas mais rápidas. Foi o que ele fez, voltando na frente do piloto espanhol, que terminou em segundo. “Eu sabia que o Alonso tinha uma estratégia diferente e entraria antes de mim. Tive que manter o contato e, depois, pisar fundo no momento decisivo”, explicou.

Para fechar o pódio, não poderia faltar Lewis Hamilton, visivelmente desapontado pelo terceiro lugar. A colocação foi conseqüência de uma falha no reabastecimento, quando quase partiu sem que a mangueira fosse retirada. “Infelizmente errei na parada, o que me fez perder preciosos segundos. Tentei ao máximo, mas o carro acabava saindo demais”, afirmou. Ainda assim, não faltaram agradecimentos aos conterrâneos pelo apoio. “Os torcedores foram sensacionais nesse final de semana. Sem eles seria muito mais difícil”.

Ainda assim, o inglês continua na frente no campeonato de pilotos, com 70 pontos. Seu companheiro de McLaren, Alonso, vem 12 pontos atrás. Raikkonen desbancou Felipe Massa, e agora eles estão quase empatados: 52 a 51 pontos, respectivamente. Entre os construtores, a vantagem da McLaren para a Ferrari é de 25 pontos (128 a 103). A próxima etapa será o GP da Europa, em Nürburgring, na Alemanha.

A GRANDE CORRIDA DE MASSA

O brasileiro Felipe Massa fez o quarto melhor tempo nos treinos e chegou na quinta colocação na prova. Resultado ruim, até se pode pensar, mas poderia ser ainda pior. Após a volta de apresentação, quando alinhava sua Ferrari no grid para a largada, o motor morreu. Com isso, foi obrigado a largar dos boxes e na última colocação. A recuperação era uma necessidade e começou logo, com uma série de ultrapassagens nas primeiras voltas (veja o gráfico de voltas, abaixo), virando voltas mais rápidas quando tinha pista livre. No final, quase passou o quarto colocado, o cada vez mais recuperado Robert Kubica (BMW). Mas o desgaste do carro naquele ponto indicava que o possível fora feito. “Considerando tudo o que se passou, estou feliz com o que consegui hoje. Ficou claro que poderia ter uma corrida diferente sem aquele problema no início, mas corridas são assim mesmo. Claro que estou desapontado pelos pontos perdidos na classificação mas a vida é assim”, declarou.

No lap chart, Massa está representado pela linha de cor branca. Detalhe para a crescente no início da prova

Ponto final

Ainda que apenas duas equipes estejam disputando o título da temporada da Fórmula 1 este ano, a alternância entre elas dá um novo “sabor” à categoria depois de anos de monotonia. É como uma gangorra, mas agora tem um em cada ponta. A Ferrari mostrou uma bela recuperação, mas sem conseguir puxar os dois pilotos ao mesmo tempo, enquanto a regularidade da McLaren impressiona e lhe dá a vantagem entre os construtores e nos pilotos também.

Enfim, vou aproveitar e terminar esse post de um modo diferente, deixando um beijo para a Tassi, uma das leitoras mais assíduas do blog pelo que descobri. E provavelmente a mais tímida também... eheheheh