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terça-feira, julho 10, 2007

“O nome do jogo”, de Ruy Carlos Ostermann

Ontem, dia 9, fez um ano que a Itália derrotou a França nos pênaltis na Copa do Mundo de Futebol da Alemanha e conquistou o tetracampeonato. Não foi uma das mais belas exibições do esporte, mas ficou marcada pela superação italiana contra a favorita França e, claro, pela cabeçada de Zidane em Materazzi.


O mais representativo para mim da última Copa foi o esquema tático usado pelo técnico da França, Raymond Domenech, jogando com apenas um atacante (Henry). Um estilo que seria considerado retranqueiro aqui no Brasil. Mas é bem o contário. Dos cinco homens do meio de campo, Domenech tinha, nos dois extremos, jogadores velozes que iam para a frente quando a França atacava (Ribery e Malouda), formando uma linha de três. Quando o time era atacado, logo os dois já estavam na marcação do time adversário, fazendo um paredão no meio de campo. Alguém pode dizer que não adiantou nada, afinal, a taça está em Roma. Mas a decisão ocorreu nos pênaltis e aí a Itália foi melhor.

Capa da Gazzetta dello Sport de 10 de julho de 2006: “Tudo verdade: Campeões do Mundo”


Decidi lembrar da final da última copa pois ontem, por coincidência, terminei de ler “O nome do jogo”, uma seleção de colunas de Ruy Carlos Ostermann no jornal Zero Hora entre 1993 e 1998. Numa delas, lembra um texto de Tostão no qual o ex-atacante afirma que a seleção tricampeã de 70 atuava com esquema semelhante ao da França no ano passado, com cinco jogadores no meio (Clodoaldo, Gérson, Rivelino e, sim, Jairzinho e Pelé, que atacavam e defendiam, deixando apenas Tostão na frente). Assim, pelo menos no papel, era mais defensiva que o time de Parreira em 94 (e, provavelmente, mais do que o de Dunga hoje). E o time de 70 foi eleito ontem o “Maior Time da História”, pela revista inglesa World Soccer.

Além dessa revelação surpreendente para mim, o livro de Ostermann foi muito bom para relembrar jogadores e situações que acompanhei durante a minha adolescência, como o Grêmio de 95 e o Brasil nas copas de 94 e 98. Aliás, as anotações de Ostermann nessas duas copas formam dois ótimos capítulos do livro, trazendo aquelas curiosidades de fora do campo, das situações que aconteciam entre um jogo e outro.

“O nome do jogo” é uma grande lição sobre o esporte considerado o mais popular do mundo. Em cada crônica, o “Professor”, como Ostermann é conhecido, usa de um grande habilidade para mesclar o futebol e a literatura ao fazer suas análises, sendo uma leitura atrativa até para quem não gosta de futebol.


Propaganda de café italiano comemorando a vitória no Mundial 2006. No início, um dos italianos afirma: “Ué, nós ganhamos e eles comemoram?”

Ponto final

Quase ia me esquecendo, mas a grande recuperação do Grêmio no ano passado, saindo da segunda divisão para o terceiro lugar no Brasileirão, também foi conseqüência do 4-5-1. Acho que o Mano Menezes usava a tática mais por falta de opções no ataque. Assim, conseguia fazer um time forte na marcação e que saía com velocidade nos contra-ataques, surpreendendo o adversário. É uma ótima tática. Se eu fosse técnico, meu time certamente jogaria assim.

Só mais uma: depois de 89 anos, nevou em Buenos Aires, bem no dia da Independência argentina. E eu aqui em Porto. Ok, não foram quilos de neve, mas as imagens impressionam (clique aqui para ver algumas). E se preparem, gauchada, que essa frente polar vai chegar aqui amanhã ou depois. Pelo menos por alguns dias, vamos nos obrigar a usar um casaco além da camiseta.

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