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quinta-feira, outubro 02, 2008

Eleições 2008 - 4
Porque não voto em Manuela

Esta será a primeira eleição na qual tive a oportunidade de ficar próximo de um dos candidatos por um tempo. E justamente uma pessoa que tem sido chamada de sensação e que, segundo as recentes pesquisas, poderá disputar um provável segundo turno. Estou falando de Manuela D'Ávila.

A primeira lembrança da nobre colega foi a invasão a uma aula no primeiro semestre para denunciar aos berros uma fraude na eleição no diretório acadêmico. À época, nada de “E aí, beleza?”. Foi a primeira vez que vi uma intromissão do movimento estuda..., quero dizer, político na universidade.

Logo descobrimos que o jeito de menina rebelde não passava de uma imagem forçada e falsa. Filha de mãe desembargadora e pai professor de agronomia, no nosso grupo, conhecemos ela, desde aquele tempo, como “Comunista da Padre Chagas”. Para quem não é de Porto Alegre, a Padre Chagas é o ponto de encontro da elite da capital gaúcha. Uma comunista na Padre Chagas é como Fidel num shopping de Nova York, uma tremenda discrepância. Acho que foi o Remus o pai da alcunha.

A história que mais me marcou dela aconteceu no sétimo semestre, quando fomos colegas. Era uma cadeira prática, a última de Planejamento Gráfico, na qual éramos responsáveis pela diagramação do jornal chamado “Experiência”. Como sempre chegava no horário e saía bem depois do fim da aula (o que me fazia um estranho dentro do perfil da Famecos, a faculdade de comunicação social da PUCRS), julgaram que eu deveria ser o editor naquele semestre, junto a Carol Milanez.

Se não me engano, era uma das poucas cadeiras que faltavam para a Manuela se formar, o que deveria acontecer no final daquele semestre. Mesmo assim, ela não tinha muito compromisso. Quando não faltava, geralmente chegava atrasada e saía mais cedo. Quase todo o jornal estava pronto, só faltava a página que ela era responsável para terminarmos.

Numa noite, ela me chamou e disse que precisava sair, que estava com uma forte dor-de-cabeça. Sem me dar conta que estava lidando com uma política, disse a ela que não tinha problema e que eu poderia terminar a página.

O professor, a Carol e eu saímos da PUC aquele dia, como tantos outros, às 23h, quando as aulas na universidade terminam 15 para as onze. Na Famecos, às 22h.

Peguei o ônibus em direção ao centro e, algumas paradas depois, quem sobe no ônibus toda saltitante e arrumada para festa? Sim, a hoje candidata Manuela. Lembro até hoje da cara que ela fez quando me viu dentro do ônibus. Tanto que (sempre política) acabou sentando do meu lado e (simpática e política) pediu desculpas e puxou assunto, reclamando do aumento do preço da cerveja na Cidade Baixa (acho que tinha passado de R$ 2 para R$ 2,50) e da falta de dinheiro (até me disse que não adiantava, ela teria que voltar a namorar com alguém da direita, do PMDB...). Ela desceu na Cidade Baixa e foi pra festa. Eu ainda tive mais 10 minutos de viagem, antes de ficar esperando 15 no terminal do Mercado Público para, depois de outros 40 minutos, poder, enfim, chegar em casa e descansar antes de ter que acordar às 6h para mais um dia de estágio e PUC.

No fim, ela passou na cadeira e se formou. A Carol sempre me criticou por facilitar as coisas para ela (e se a Carol ler este post, poderá confirmar ou me desmentir). O professor nunca soube do fato e ela foi aprovada.

Sempre que perguntam minha opinião sobre ela, conto estas historinhas. O problema dela não é, penso eu, a juventude e a falta de experiência administrativa. Apenas me pergunto como uma pessoa que não tinha responsabilidade e organização para controlar seus deveres na faculdade, vai ter para conseguir controlar uma cidade inteira.

7 comentários:

Anônimo disse...

Meu deus, nunca vi tanta besteira escrita em um blog. Caro amigo, talvez o país tenha perdido uma grande jornalista, mas ganhou a possibilidade de eleger uma prefeita jovem, preocupada com os problemas da juventude, dos homens, das mulheres, dos mais velhos.

Anônimo disse...

Engraçado, sempre achei que um dos princípios do jornalismo era a imparcialidade. aí vejo um blog de um jornalista(?) que se intitula "parcialidade total". Dificil te levar a sério meu caro. teu texto só demonstra o mais puro RECALQUE.

Anônimo disse...

Existe um preconceito e até certa inveja nesse texto. Primeiro, porque as pessoas mudam, o ser humano está em constante transformação. Segundo, porque ninguém precisa abraçar todas as causas e coisas do mundo, basta escolher as mais nobres, isso a Manuela fez. Sinto orgulho de poder votar em alguém tão jovem como eu, que mesmo contra todo o preconceito consegue mostrar o seu trabalho.

Anônimo disse...

Cara, excelente texto.

E pelo jeito já começou a ser bombardeado por causa dele, hehe. Enfim... O problema dessa gente é que igualam política à futebol, agindo como se isso fosse um gre-nal. Não é.

Primeiro que a Manuela não chegou a concluir um mandato sequer. Quem garante que ela vai ser prefeita até o fim? Outra - a campanha dela foi baseada na velha fórmula do "sou jovem, vamos renovar a política" e nas únicas DUAS propostas que ela conseguiu como vereadora e como deputada. O que mais ela falou de produtivo que difere dos outros candidatos?

E concordo com o Eduardo quando ele fala em não votar em alguém que não teve compromisso com um trabalho de aula. Então quer dizer que se ela largar a prefeitura no meio da tarde pra ir beber com os amigos na Padre Chagas, vocês vão dizer que isso é uma questão de "prioridades do momento"? Compromisso e dedicação existe em qualquer lugar, independente de ser um trabalho de aula ou um cargo público.

Ah, sim... As mesmas pessoas que defendem a Manuela acreditam que o jornalismo é imparcial. Acreditam em Papai Noel também? Perguntem para a Manuela como funciona o Jornalismo, se é que ela se lembra de alguma coisa (isso se ela não matou as aulas da faculdade pra ir beber com os amigos também. Afinal, são prioridades...).

Pra consertar a política no Brasil, só uma matança generalizada.

Anônimo disse...

ahahahah

alguém aqui nunca matou um trabalho de aula, nunca faltou uma aula pra se encontrar com os amigos, nunca tirou nota baixa em uma prova por não ter estudado o suficiente?
Vão me dizer que não. nivelar uma candidata por sair mais cedo da aula! Meu deus, que mundo vcs vivem? Numa bolha?

Rodrigo Dias disse...

Pelo visto, os paus mandados da Manuela já estão no Google procurando por ela. Só assim para aparecer tantos anônimos criticando um texto.

Vamos aos fatos: imparcialidade não existe. Pode-se buscar a isenção em um texto, mas como isso aqui é um blog, então prevalece a opinião do autor. Se ele é contra a comunistinha e prega que a imparcialidade é um conto de fadas, foda-se.

Aliás, concordo com ele. Mas já que vão dizer "um futuro jornalista", o que é o meu caso, vou colocar a opinião de um dos maiores - senão o maior - jornalistas do Brasil, José Hamilton Ribeiro. Ele mesmo diz que não há imparcialidade em jornalismo, logo, se ele diz, quem somos nós para discordar?

Concordo, também, com a não-votação em Manuela. Não pelo fato de matar aula, porque eu já matei inúmeras, mas sim pelo fato de mentir para poder sair para festinhas. Também, pela falta de compromisso. Mata-se aula quando não se tem o que fazer. Quando se tem, é desleixo e sacanagem.

Também compartilho da opinião do Piero: uma pessoa que não concluiu nenhum dos mandatos aos quais foi eleita não merece credibilidade. Afinal, quem é que não garante que ela já não busque ser governadora em breve? Vale lembrar que, tão logo entrou na Câmara de Deputados, ela queria reavaliar a idade mínima para ser senador. Pretensões à vista?

E tem outra questão: a incoerência. Como que uma comunista vai se associar a um partido de direita? Um tanto estranha essa coligação. Mas como não sou político, não entendo.

Meu voto vai para algum candidato, só não sei qual. Até agora, nenhum se mostrou competente e merecedor de minha confiança.

Unknown disse...

Duuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu......
Mas que maravilha de post... tu se puxou, hein? Matou a pau.... muito bommmmmmmmm ....