10 anos por aqui

Não me lembro bem o dia que foi. Mas sei que foi mais ou menos nessa época, em 1999. Estava no 2º ano do Ensino Médio, que à época ainda chamávamos de 2º Grau (pode não parecer muito tempo, mas a gurizada de hoje já não conhece esse termo). Um colega me conseguiu uma senha para entrar na Internet.

Não era a minha primeira vez na grande rede. Acho que o primeiro contato foi em 1997, quando meu pai ainda trabalhava no Hospital de Clínicas. Estava esperando para irmos embora e ele me mandou ficar brincando no computador. Não me pergunte porque mas o primeiro site que lembro de ter acessado foi o do Barcelona.

Em 1998, meu padrinho havia comprado um computador e, nas férias de inverno, passei uma semana acessando. Lembro de ter mandado um e-mail para o DC United, time de futebol dos EUA me declarando um grande fã da equipe e que acreditava em novas conquistas do título nacional, perdido para o Chicago Fire naquele ano. E eles responderam o e-mail. Pena que o perdi e não me lembro o que tinha na resposta.

Em casa, só utilizava o PC, um Pentium 133Mhz, 16Mb RAM, com HD de 1,5Gb, para pesquisar na enciclopédia Encarta, escrever os trabalhos da escola no Word 95 e jogar Elifoot (com o O'Matic, claro) e FIFA 98, jogo que revolucionou o mercado de games de futebol (basta ver a abertura, abaixo, com detalhe para a trilha sonora).

Voltando a 99, lá por junho, com um CD de uma promoção de acesso gratuito por 30 dias, tentei junto a um amigo acessar. Mas esbarrei no problema de não ter um modem no micro. Nas férias de julho, uma viagem para o Foz do Iguaçu e, na volta, além de fotos das Cataratas, veio também um modem 33 kbps (se não me engano).

Para instalá-lo, decidimos fazer um upgrade no micro de casa. De um Pentium 133Mhz, 16Mb de RAM e 1,5Gb de disco, passou para um AMD K6-2 350Mhz com 32Mb de RAM e o mesmo espaço em disco!

Foi nele que dei os primeiros passos na web em casa. Tempos de acessar apenas nos finais de semana (dormia cedo por causa da aula), a partir das 14h de sábado, quando era (e ainda é) cobrado apenas um pulso por chamada local. Esperava toda aquela barulheira do modem e, enfim, com a mensagem de log-on realizado, começava pela leitura de e-mails (na época havia um e-mail gratuito chamado usa.net, com 5Mb de espaço para mensagens) e geralmente terminava em algum chat ou no ICQ (saudade do barulhinho do navio ou do "o-ou" de cada nova mensagem...). Se precisava buscar alguma coisa, procurava no Cadê? ou no Altavista.

Depois veio a onda dos provedores gratuitos (iG, POP, entre outros) e tive de trocar o usa.net pelo Hotmail, mantido até hoje. Aprendi a editar Html no Dreamweaver 2.0 e até cheguei a ajudar um amigo a editar uma página no HPG sobre a Praia do Barco, onde a gurizada passava o verão. Pena que essa página se perdeu também. Em agosto de 2003, graças ao convite da colega Ju Farias (e apesar da minha resistência) entrei pra blogosfera com este mesmo Parcialidade Total, desatualizado por muitas vezes, mas sempre aí, com uma alteração no layout em 2006. Só que a Globo.com não permite mais o acesso ao antigo Partô. Só restou um print-screen.

Banda larga só no último semestre da faculdade, em 2004. Ainda bem, senão a monografia não saía. Aliás, o tema envolvia internet: saber se a imprensa gaúcha se pautava pela agenda do Governador no site do Governo do Estado ou buscava outros temas. A segunda opção foi mais frequente.

E sem falar no Google (tinha certa resistência no início por achar o site muito confuso na apresentação dos resultados), no Orkut (demorei a entrar por não ver necessidade) e, mais recentemente, o Facebook e o Twitter.

O que cabia no velho computador no qual acessei a Internet pela primeira vez, hoje levo no bolso.

O tempo que demorava para baixar uma música, hoje, se baixa uma discografia.

Dez anos. Uma eternidade para uma geração conectada a 100Mbs.