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segunda-feira, novembro 05, 2007

Memórias de viagem 2
La Señal, de Ricardo Darín e Martin Hodara

Visto que anoitecia e já havia feito tudo o que planejara para aquele dia, decidi tomar o rumo do cinema antes de voltar para o hostel. Diante da sala, jornal na mão, tendo como único critério ver um filme argentino, acabei escolhendo, pela sinopse, o filme “La Señal”.


No elenco, como em quase todos os últimos sucessos do cinema do país vizinho, está Ricardo Darín. Mas, desta vez, ele também atua na direção do filme, junto a Martin Hodara. A decisão foi tomada após a morte de Eduardo Mignona, autor do livro que deu origem ao roteiro da obra, e que também trabalhou a criação do projeto com Darín.

Desta vez, a preocupação que consagrou filmes como “A História Oficial”, “Kamchatka” e “Nove Rainhas” por abordarem temas como a ditadura ou a crise econômica, é deixada de lado. Com aspecto noir, “La Señal” é um filme mais policial, que se passa no ano de 1952, nos últimos dias de Eva Perón (fato usado apenas para situar o espectador no tempo).

Corvalán e Santana são dois detetives do subúrbio de Buenos Aires que trabalham com casos pequenos, como cobrança de dívidas e atendendo maridos que se julgam traídos. De repente, uma mulher misteriosa, Gloria, procura Corvalán (Darín) para que este siga a um homem. Isso a princípio, pois, aos poucos, vai se revelando uma trama de vingança e ambição, levantando até a presença da máfia na Argentina, herança da forte imigração ocorrida há mais de cem anos.

A destacar, o ar sombrio que ator Diego Peretti deu ao seu personagem, o detetive Santana, metido a investigador do FBI e feroz leitor de revistas estrangeiras sobre casos de polícia. Mesmo atuando como coadjuvante, se destaca nas cenas em que aparece pelo seu aspecto fechado, tenaz, muito adequado ao filme.

O filme também chegará ao Brasil, mas a data ainda não está definida. Os espectadores do último Festival de Cinema do Rio de Janeiro já tiveram a oportunidade de vê-lo, tendo como título a tradução literal, “O Sinal”. Enquanto isso, estou aproveitando para ler o livro de Mignona, que estava esgotado mas foi relançado por causa do filme. Como sempre, no papel há muitas diferenças em relação ao que foi levado à tela.

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