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quarta-feira, dezembro 12, 2007

Memórias de viagem 7
Um A a Z de Buenos Aires

Alfajor: pode ser duplo ou tripo, de maizena, coberto com chocolate ou merengue, recheado com doce-de-leite, chocolate, mousse ou frutas... tem coisa melhor?
Bairros: só o centro já bastaria. Mas a cidade ainda oferece os arborizados bairros de Palermo e Recoleta, toda a história de La Boca e San Telmo ou a confusão do comércio na Avenida Cabildo em Belgrano.
Cafés: Um bom local para fazer uma pausa durante as caminhadas. Pode ser no histórico Tortoni para um chocolate com churros ou em qualquer outro para um expresso com “media-lunas”, esse croissant argentino.

Café com churros (e uma boa leitura, sempre…)

Diversidade arquitetônica: o cuidado com a preservação de alguns prédios antigos leva a situações curiosas. Por exemplo, você pode estar dentro de uma construção do século XVII, vendo uma torre de fins do século XIX ao lado de um prédio da década de 90, tudo junto.

Arquitetura de todas as épocas

Empanadas: é quase um pastel, mas não é frito e sim assado. A massa também é melhor e, pelo menos as da “Solo Empanadas”, são feitas na hora e vêm muito bem recheadas por um preço legal.

Empanada de queijo e presunto, bem quentinha ainda. Isso dá uma bela refeição.

Futebol: é a paixão nacional na Argentina também. Para quem gosta do esporte, Buenos Aires é um paraíso. Dos 20 clubes da 1ª divisão, 14 jogam na capital ou em cidades da província. Em época de campeonato, tem futebol à vontade. Se não quiser ir ao estádio, pode acompanhar em bares como o “Locos por el fútbol”.
Gardel: Carlos Gardel é um mito do tango argentino (muitos dizem que ele É o próprio tango), graças as interpretações de músicas como “A Media Luz”, “Caminito”, “Por una Cabeza” ou o “El dia en que me quieras”. Sem falar os tantos versos nos quais cantou a cidade, como “Buenos aires la reina del plata / Buenos aires mi tierra querida...” ou “Mi Buenos Aires querido / cuando yo te vuelva a ver / no habrá más penas ni olvido” que popularizaram e caracterizaram o tango em todo o mundo como a música da Argentina.
Havanna: o melhor alfajor. Macio, bem recheado, o cheirinho do chocolate da cobertura atravessa o papel da embalagem. Difícil de se controlar na hora de comer.
¡Increible!: o trânsito da capital é uma loucura. Por milagre, ônibus, automóveis, motocicletas e pedestres conseguem conviver com um número até pequeno de incidentes. Mas prepare-se para correr para atravessar a rua e não tenha medo de se atirar na frente dos carros, se for o caso. Tampouco eles vão parar, por isso precisa ser um pouco rápido.
Jornais: opções de periódicos não faltam nas milhares de bancas da capital. Clarín, La Nación, Página 12, Crónica, Ambito Financeiro, Olé (esportivo) ou até o The Buenos Aires Herald, todo em inglês. Além disso, ainda há uma vasta opção de revistas como Semana, El Gráfico (esportiva), Rolling Stone...
Livrarias: em especial, a El Ateneo Grand Splendid, que já foi tema de post aqui no blog, um antigo teatro transformado em livraria. Mas em qualquer outra loja da Ateneo, Distal ou nos sebos das avenidas de Mayo e Córdoba se encontram boas opções de leitura por bons preços. Para quem gosta de autores hispânicos, é a chance de adquirir algo na língua original.

A El Ateneo Grand Splendid. O livro como platéia.

Museus: pode ser o de Arte latino-americana (com enfoque para arte moderna e contemporânea), ou o de Belas Artes, para quem gosta de arte não faltam locais para apreciar.

O Malba, Museu de Arte Latino-Americana

Nueve de Julio: a avenida mais larga do mundo. Atravessá-la é uma pequena aventura. No que abre a sinaleira de pedestres, você precisa se apressar para conseguir chegar até o meio, quando vai fechar o sinal. Enquanto aguarda abrir, aproveite a vista do Obelisco e da correria nesse centro financeiro. Mas fique atento para correr quando o verde acender para você no semáforo e completar a travessia.
Obelisco: Monumento construído no centro da Avenida 9 de Julio com Corrientes nas comemorações dos 400 anos da fundação de Buenos Aires. Palco de manifestações políticas e festas de títulos esportivos, sofria forte rejeição na época de sua construção e hoje é um símbolo da cidade.

A 9 de Julio na altura da Av. Córdoba, com o Obelisco ao fundo, com trânsito até tranqüilo.

Plaza de Mayo: estar na Plaza de Mayo, vendo a Casa Rosada ou a Catedral, é imaginar a multidão ali reunida entre os anos 40 e 50 para ouvir os discursos de Evita Perón (ou chorar sua morte), a repressão ao pedido de liberdade durante os duros anos da ditadura, o choro de mães e avós que levam a praça no nome de uma entidade que busca desaparecidos políticos daquele período, ou então os panelaços e as manifestações que até derrubam presidentes, como aconteceu em 2001 com a renúncia de Fernando De la Rúa.

Quando o povo enche essa praça com raiva, sai de baixo, presidente!

Quiosques: Em cada quadra você vai encontrar um ou dois, pelo menos. Gosto também de chamar de posto de reabastecimento, pois, se bater a fome, ali você pode comprar um ou dois alfajores, algo para beber e seguir caminhando pela cidade.
Restaurante em Puerto Madero: Não tinha como não falar da carne argentina e o churrasco de lá, ou “asado” como eles chamam. Um bom lugar para comer é o Siga la Vaca, restaurante na região de Puerto Madero, antigo porto da cidade que estava totalmente abandonado e foi reformado na década de 90. Hoje é um dos principais pontos turísticos da cidade, pela oferta de restaurantes, bares e casas noturnas. O preço é salgado mas, se possível, uma vez na vida...

Puerto Madero: e dizer que era uma região totalmente abandonada até pouco tempo...

San Telmo: esse bairro antigo tem a melhor opção para o domingo de manhã. Ao lado da Plaza de Mayo começa a rua Defensa. Aos domingos, um trecho dela é fechado ao trânsito de automóveis, virando uma grande feira de produtos artesanais e antiguidades ao longo de todo o seu caminho até a praça Dorrego. Ali acontece a tradicional Feira de San Telmo, uma volta no tempo com tantas coisas antigas que vendem ali.

Em alguma barraca da Feira de San Telmo, você pode encontrar cartazes com dizeres como “Novidade: artigos da década de 40!”

Tango: Pode ser em um dos vários shows oferecidos para turistas, em alguma milonga em um clube de subúrbio ou até um casal dançando na rua. Vai ser difícil não ouvir os acordes de violão e bandoneón que caracterizam esse ritmo típico argentino.

O tango deixou de ser um ritmo ou uma dança e passou a ser um estilo de vida.

Una(s) movida(s): a fama da noite portenha é grande e, para quem gosta, se justifica. Muitas opções de música eletrônica e em alguns lugares você encontra ritmos locais e latinos, como a cumbia, e até brasileiros, como o axé e pagode. Há esse estranho hábito de apenas ir para as casas noturnas após as 2h da manhã, fazendo um pré em algum pub ou na casa de alguém e um pós, já de manhã cedo, em algum café.
Vinhos: Tá certo que grande parte vem da região de Mendoza, no outro extremo do país, mas em Buenos Aires se pode aproveitar para degustar o sabor da uva Malbec cultivada aos pés da Cordilheira dos Andes.
Xeneizes: Apelido do Boca Juniors, uma das principais equipes do futebol mundial. Para descobrir o porquê desse apelido, aproveite e pergunte para o guia do passeio pelo museu do clube e o imponente estádio La Bombonera. Se tiver a oportunidade, reúna alguns amigos, tome um táxi e assista um jogo no meio da torcida local (mas veja bem: não recomendo ir às populares...)

La Bombonera em uma partida do Campeonato Argentino. Não precisa ir tão alto também.

Zoológico: No bairro de Palermo está o Zôo de Buenos Aires, com acesso pela estação Plaza Italia da linha D do metrô. Uma boa quantidade de animais de toda a América e até das zonas mais frias do país.

Ponto Final

Na hora de fazer uma lista dessas, em se tratando de uma metrópole de mais de 10 milhões de habitantes, às vezes sobram opções para uma letra e faltam para outras. Sem falar no que você acaba esquecendo e que, aos poucos, vai relembrando. Tanto que ela foi refeita diversas vezes. Faltou, por exemplo, falar da riqueza de opções teatrais da cidade na Avenida Corrientes, uma espécie de Broadway argentina, ou o Teatro Colón, que por enquanto está fechado para reformas para o seu centenário em 2008.

4 comentários:

Unknown disse...

No "C" tu tb poderias ter colocado "O Charme de Cristina Kirchner".... Muito legal teu A a Z, DU.. abraços

Unknown disse...

Lendo esse post, me deu tantas saudades da Argentina... espero voltar para lá em breve... Gostei muito da viagem... Abraços

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Piero Barcellos disse...

Em "C" eu colocaria "Chicas". EU colocaria, viu Tassi? heheheh. Cara, só me deu mais vontade de conhecer essa terra. Um dia eu ainda vou pra lá de carro. E olha o gringo aí dando sinal de vida!